REMANESCENTE FIEL
É o final da corrida que importa. Os troféus não são dados pelos grandes começos. As medalhas não são concedidas por se entrar na competição. Um bom começo é crucial, mas o final é tudo o que importa.
Veja Eli por exemplo. Um líder religioso genuíno. Um homem com o coração para Deus. Perceptivo e forte, o último dos grandes sacerdotes. Mas olhe para o término de sua vida. A arca foi capturada. seus filhos rebeldes foram mortos. Quando ouviu sobre eles, caiu e quebrou o pescoço.
SAMUEL: Eu Samuel, sou outro caso. Fui instruído por Ana minha mãe, a dedicar a minha vida ao serviço de Deus. Ungi os dois primeiros reis de Israel. Contudo, não aprendi com os erros de Eli. Assim como meu mestre, falhei em treinar a família, e meus filhos afastaram-se de Deus.
Entretanto, o exemplo mais dramático é Saul, o primeiro rei de Israel. Parecia ser um homem perfeito: belo e meigo, bravo e vitorioso na batalha. Mas o sucesso o levou a desobediência, e escorregou da proeminência a paranoia, que o levou ao suicídio.
Porque essas histórias estão sendo mencionadas agora? Para lembrar-lhes que também estamos em uma corrida, e que esta ainda não terminou. O modo como iniciamos não é nem de perto tão importante quanto à maneira como terminamos.
ELIAS
O livro de 1 Reis começa narrando sobre Salomão e finda com Elias. A diferença entre esses dois homens nos dá uma idéia do que se passou no intervalo entre um e outro.
Salomão poderia nunca ter nascido, não fosse pelo escândalo palaciano entre Davi e Bate-Seba. Não foi o melhor dos começos. Ele herdou alguns traços característicos de seu pai, bons e maus. A semelhança do pai, Salomão começou bem, mas também tinha uma fraqueza por mulheres, o qual o arruinou.
A gente se pergunta como deve ter sido viver numa casa onde o pai possuía varias esposas, e os irmãos usavam espadas a mesa do jantar. Salomão agiu bem, a principio, orando por sabedoria e construindo um templo que levaria a falência muitas nações.
Ele levou sete anos para construí-lo. No entanto, passou treze anos construindo um palácio para si mesmo. Em algum ponto de sua vida. Ele saiu do caminho. Seu gosto por mulheres levou-o a adorar outros deuses e a afastar-se cada vez mais de Deus. A nação seguiu-lhe o exemplo, e nem as pregações de Elias puderam trazê-la de volta.
ELIAS: Não que eu, Elias, não tivesse tentado dissuadir o povo deste caminho. No final de tudo, vocês conhecem sobre a disputa entre eu e os profetas de Baal. Num clássico combate Meu-Deus-É-Maior-Que-O-Seu, Jeová venceu. Deus foi exaltado. A rainha Jezabel porém, uma líder dos adoradores de Baal, enfureceu-se e ordenou minha morte. Eu corri, corri até ficar tão cansado e desanimado que sentei-me sob um arbusto e pedi: “... toma agora a minha vida”.
O que Deus faz com servos cansados que querem desistir? Num momento de ternura, o Deus que fez descer fogo a montanha enviou alimento para mim, e sussurrou-me a sua afeição numa “... voz mansa e delicada.” Que pai!
Na época em que viveu Salomão e eu, você encontraria de tudo: rebelião, corrupção, coragem, fé. Veja que o nosso mundo era bastante semelhante ao de vocês as coisas não mudaram muito.
E Deus? Deus não mudou nada. A voz calma e gentil que me encorajou? Ouça-o enquanto lê sua palavra e ora. Ele o está encorajando.
ISAÍAS
Isaías era um sangue-azul entre os profetas. O seu hebraico era clássico. O seu estilo era nobre. Ele tinha amigos influentes, mas a sua mensagem era sempre a mesma.
Ao longo do reinado de quatro reis proclamou uma única mensagem: Deus nunca irá tolerar o que é errado.
Falava com uma coragem na voz, e com um fogo nos olhos, como alguém que já esteve no inferno e contemplou o céu, pois foi isso, exatamente o que aconteceu. Isaías viu a Deus.
ISAÍAS: Se o que eu vi estava no céu ou na minha cabeça, pouco importa, quando comparado com a verdade que estava no meu coração. As luzes dançavam e os anjos ecoavam – “Santo, Santo, Santo”, como se nada tivessem mais a dizer, e não tinha, pois isso é tudo que se consegue dizer diante daquele que é Santo.
Existem aqueles que se vangloriam de ter uma visão de Deus, do mesmo modo que se alegram de ter visto um rei. Não foi assim comigo. Quando vi o Senhor, não atualizei o meu currículo, mas imporei por misericórdia.
“Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos exércitos!”
A misericórdia foi recebida assim que pedi. Um anjo purificou os meus lábios com uma brasa viva, e ensinou-me que a única boca digna de falar em nome de Deus é aquela que é purificada pelo Senhor.
Eu nunca mais fui o mesmo depois daquele episódio: “Envia-me a mim”, ofereci-me. E assim fez Deus. E anunciei, preguei com a paixão e a fúria de um homem que tinha visto a sua vida passar diante de seus olhos. Transmiti a palavra com a paixão e a fúria de um homem enviado por Deus, e que ansiava em unir-se aos anjos, e passar toda eternidade cantando: “Santo, Santo, Santo”.
JEREMIAS
Nenhuma igreja contrataria Jeremias. Nem sequer passaria na primeira entrevista. Ou melhor nem viria a entrevista.
Seu estomago não aguentava a religião organizada. Dificilmente poderíamos culpa-lo. O que este profeta viu provocaria náuseas em qualquer um de nós.
JEREMIAS: Eu vi a imoralidade intensa. Vi a idolatria ostensiva. Vi a hipocrisia desenfreada. Vi sacerdotes que se vendiam pelo maior lance. Vi reis que viveram o seu pior pesadelo.
Mesmo que minha cabeça fosse as Cataratas do Iguaçu , ainda assim não geraria lagrimas suficientes para meu choro. Como já amaldiçoei o dia em que nasci, e, outra vez, seria difícil me culpar. Era uma época ruim para se viver.
Eu pude ler os escritos nas muralhas de Jerusalém sobre o que a Babilônia faria com ela.
Finalmente, as muralhas caíram, exatamente como prediz. O templo foi invadido, exatamente como profetizei. E o povo foi aprisionado, como escravo levado a Babilônia. Em verdade, eu nuca disse: “Eu bem que avisei”.
Eu recordo o passado, caminhando entre as ruínas, e ajo como fiz a maior parte de minha vida: choro.
EZEQUIEL
Das ruínas de Jerusalém surgiu um tempestuoso pregador chamado Ezequiel.
EZEQUIEL: Eu estava entre os demais judeus levados para a Babilônia após a queda de meu país. Deixei para trás minha cidade. Meu templo. Meu lar. Mas não deixei minha fé.
Eu anunciei minha fé para qualquer pessoas que quisesse ouvir. Durante vinte e dois anos, percorri as ruas proclamando os dois lados da fé.
O lado ruim? Converta-se, ou consuma-se no fogo. Perdoem-me por ser tão direto, mas eu sou assim. O lado bom? Vire-se e aprenda. Deus tem um grande plano para o seu povo. Uma grande cidade. A justiça reinará e a adoração será restaurada. A cidade de Deus é eterna, diferente de Jerusalém. Quem estará na cidade de Deus? Eu lhes respondo: O Senhor está ali.
Das ruínas surgiu eu, Ezequiel. Das ruínas veio à promessa. Das ruínas, veio a esperança. Sua vida está em ruínas? Olhe a frente, em direção à cidade de Deus. O Senhor está ali.
DANIEL
Imagine se você fosse um judeu na Babilônia, estaria cheio de raízes para está deprimido. Jerusalém está em cinzas. O templo está em ruínas. E você e o resto do seu povo estão aprisionados.
Seus opressores escarnecem. “Cantai-nos um dos cânticos de Sião!” Mas você não canta. Você pendura sua harpa em um álamo e senta-se a margem do rio, vendo a água passar... E os seus dias também.
Quem conseguiria cantar cânticos sobre o Senhor em um país estrangeiro? Daniel conseguiu.
DANIEL: Embora eu fosse apenas um adolescente quando segui para o cativeiro, lembro-me bem dos cânticos de minha juventude. Em algum ponto dos meus primeiros anos, acabei acreditando que Deus era soberano, que nada acontecia sem sua permissão, que nada acontecia fora do seu plano.
Mas nem mesmo eu pude imaginar os planos que Deus tinha para mim. Primeiro ministro da corte. Interprete de sonhos. Profeta. Professor. Governador. Uma voz vitalícia de Deus no meio de um povo pagão.
Mas, embora o personagem central dos episódios desta época fosse eu, o herói é Deus. “Há um Deus nos céus, o qual revela seus segredos...” contei ao rei e foi Ele quem sustentou a mim e ao povo durante o cativeiro.
Aliás, falando nisso, aquele Deus ainda reina. E sempre que o povo de Deus pendurar suas harpas ouça atentamente: Deus sempre tem um Daniel, como eu, que ainda se lembra de como cantar.
JOÃO BATISTA
A vida de João Batista foi profetizada por Isaías, e por Malaquias ele é apresentado principalmente como percursor de Jesus Cristo.
Sendo seu nascimento anunciado aos seus pais por um anjo do Senhor, não creram, pois já eram avançados na idade. Seu pai Zacarias era sacerdote, e sua mãe Isabel “era das filhas de Arão”. A vida desta criança foi predita a Maria, na anunciação. O nascimento de João trouxe para o povo de Deus, a esperança, pois todos que ouviam o que tinha feito a Zacarias e Izabel se alegravam e indagavam: “Quem será, pois, este menino?” Outros diziam: “A mão do Senhor está com ele”.
E o menino crescia e se robustecia em espírito, e esteve nos desertos ate a hora em que havia de mostrar-se a Israel.
JOÃO BATISTA: Eu sou aquele que os profetas e o anjo profetizou, que iria ser chamado de Profeta do Altíssimo, porque ia diante da face do Senhor, preparando seu caminho.
Toda minha vida fui preparado pelos meus pais, servos fieis, a servir ao Senhor com obediência e amor. Cada dia que passava, cada ensinamento que eu tinha, aumentava o meu amor por este Deus maravilhoso.
Há quem pensasse, que quando crescesse mudaria meus propósitos. Mas meus pais perseveravam na oração e no ensinamento para que quando Deus me chamasse, eu estivesse pronto.
E aconteceu que no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia e sendo Anás e Caifás Sumo Sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a mim, João, filho de Zacarias: “Percorre toda a terra ao redor do Jordão, e prega o batismo do arrependimento, para o perdão dos pecados”.
Assim o fiz. Para que se cumprisse o que estava escrito pelo profeta Isaías: “Voz do que clama no deserto, preparai o caminho do Senhor, endireitarei as suas veredas”.
Passei por muitas lutas, mas em todas eu senti que Deus estava comigo. E não temi. E quanto mais me perseguiam, mais eu pregava com ousadia e firmeza.
Fui preso e condenado por amor a Deus e minha sentença foi a morte. Agora quando paro e penso em tudo o que vivi, tudo o que senti, tudo o que testemunhei, faço-me uma pergunta:
- João Batista, terias coragem de fazer tudo de novo?
Eu lhes respondo:
- Por este Deus maravilhoso, eu não hesitaria nem um minuto, faria tudo outra vez.
Nós vemos aqui a história de alguns profetas, cada um mostrou as diferentes situações em que o povo de Deus se encontrava. Em uma época Deus usou o profeta para enfrentar o rei, em outra Deus usou o profeta para enfrentar falsos profetas e até exércitos de soldados.
Isso significa dizer que Deus sempre conta com um remanescente fiel. Em todas as épocas do plano revelador ou em todos os instantes da história sagrada, há sempre um remanescente fiel. Deus nunca fica sem testemunhas.
A obra de Deus sempre depende de uma minoria fiel para estabelecer seu ministério. Os remanescentes da história bíblica, nos mostra que a glória de Deus sempre se manifestou na terra por intermédio deles. Isso nos ensina que Deus precisa só de um para fazer a diferença. Se você for o único de sua família, o único de sua empresa, o único de sua cidade, Deus já tem o que precisa.
A questão é: Você está disposto a gastar sua juventude, a gastar as suas forças em prol do evangelho? Quantos estão dispostos?
Obs: Após terminar a peça canta o hino outra vez de Fernanda brun com quatro por um.
Em memória: Pr. Luiz Antonio
Autoria: Mariano S.C. Filho
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